Foi assim o que aconteceu no meio desse ano, mas precisamente no dia (30) de junho. A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a PEC 231 votou favoravelmente a redução de jornada de 44 horas para 40 horas semanais sem redução de salário, o projeto contém ainda um novo percentual para as horas extras que passariam de 50% para 75% por cento.
Não será fácil essa luta, pois temos a consciência de que o patronato brasileiro aliado ao capital, jamais aceitará que os trabalhadores possam ter condições de vida melhores, mas somente a força dos trabalhadores e a unidade das Centrais Sindicais poderão mostrar aos nossos legisladores a necessidade de avançar.
No último debate na Câmara dos Deputados tivemos a inoportuna defesa de um grande empresário que possui uma fábrica de produção em série, ele justificou o prejuízo dos empresariados, chegando a declarar que seus trabalhadores durante um único dia têm 15 minutos de descanso para tomar um simples café e fazer suas necessidades e se multiplicasse isso por uma semana teríamos uma hora e quinze minutos de interrupção da produção, ou seja, o patronato só pensa em sugar as forças dos trabalhadores!
Essa luta é antiga no Brasil e Histórica, podemos considerar desde a Revolução Industrial, a falta de legislações trabalhistas e com o advento das máquinas industriais (vapor), modelo que acelerou o processo de produção com alta escala (produção em série), os trabalhadores vem executando uma jornada de trabalho exaustiva e desumana. Essa luta é o reflexo do capital X Trabalho e vem contra os interesses dos empresariados (capitalistas) que prometem barrar a tramitação da PEC 231 (Proposta de Emenda Constitucional) que está em discussão no Câmara dos Deputados.
O Brasil vem atravessando um momento econômico que propícia as melhores condições para atingirmos a redução da jornada sem a redução do salário, pois o empresariado brasileiro passou a aumentar seus lucros (vendas), o que aumentou o valor da mais valia, ou seja, o custo do lucro final de cada produto para pagamento do salário do trabalhador, que chegou a ser considerado por uma pesquisa da CNI – Confederação Nacional da Indústria a 22% o preço do custo da produção no país e com a diminuição da jornada de trabalho teríamos apenas um acréscimo de 1,99% no cálculo dessa produção, um percentual pequeno e de fácil absorção pelas empresas e irrisório diante do montante lucrativo do capital.
A Central dos Trabalhadores Trabalhadoras do Brasil - CTB está nessa luta com a classe trabalhadora, pois além de fazer justiça, melhorar a qualidade de vida, o trabalhador passará a ter um ócio mais criativo, podendo ter a oportunidade de se qualificar profissionalmente e estar mais presente diante a sua família e para as mulheres trabalhadoras que às vezes possuem jornada de trabalho dupla, seria um fator preponderante para o convívio familiar e qualificar mais para o estreitamento das diferenças salariais entre as relações dos gêneros. Mais uma vez nós trabalhadores e trabalhadoras e representantes vamos estar presentes a mais essa luta! Viva a luta da classe trabalhadora!
Wagner de Souza Rodrigues
Secretário Geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - SP
Presidente da Federação dos Sindicatos de Servidores Pub. Municipais do Est. de São Paulo
Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto
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